sábado, 28 de março de 2009


All of my life
Where have you been?

sexta-feira, 27 de março de 2009

Um dó li tá cara de amêndoá um segredo colorido, quem está livre, livre estará.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Bolacha

Ela não acreditava nos seus lábios quando ele sussurrava «eu amo-te!». Achava que a paixão o levava a proferir tal loucura. No entanto, ele amava-a como se fosse a única mulher no mundo. E era sim, mas só para ele. Ela era a sua rosa, de um encarnado quase preto, cujos espinhos insistiam em rasgar-lhe a pele. Era como se a vida morresse quando eles se uniam, os fogos mais infernais pareciam gelo imaculado derretendo nos seus corpos suados pela sensualidade do amor. A outra espreitava-os todas as noites, com desdém. Mas não foi ele que os traiu. Foi a vida que lhes roubou os sentidos numa tentativa de lhes abafar a intensidade com que se amavam. Eles não se deixaram enganar por algo tão terreno. No entanto ela continuava a não acreditar nos seus lábios, nos seus olhos, na delicadeza com que lhe tocava e na sinceridade com que lhe dava prazer. Algo no passado dela obrigava a que estivesse sempre insegura como se o jardim onde estava plantada lhe roubasse as raízes uma a uma. Mas ela amava-o, à sua maneira. O tempo passa agora por eles... e os seus lábios sabem tão bem quanto ele, que nunca enganaram aquela rosa...

domingo, 22 de março de 2009

Oda a un gran atún en el mercado

En el mercado verde,
bala
del profundo
océano,
proyectil
natatorio,
te vi,
muerto.

Todo a tu alrededor
eran lechugas,
espuma
de la tierra,
zanahorias,
racimos,
pero
de la verdad
marina,
de lo desconocido,
de la
insondable
sombra,
agua
profunda,
abismo,
sólo tu sobrevivías,
alquitranado, barnizado,
testigo
de la profunda noche.
Sólo tú, bala oscura
del abismo,
certera
destruida
sólo en un punto,
siempre
renaciendo,
anclando en la corriente
sus aladas aletas,
circulando
en la velocidad
en el transcurso
de
la
sombra
marina
como enlutada flecha,
dardo del mar,
intrépida aceituna.

Muerto te vi,
difunto rey
de mi propio océano,
ímpetu
verde, abeto
submarino,
nuez
de los maremotos,
allí,
despojo muerto,
en el mercado
era
sin embargo
tu forma
lo único dirigido
entre
la confusa derrota
de la naturaleza:
entre la verdura frágil
estabas
solo como una nave,
armado
entre legumbres,
con ala y proa negras y aceitadas,
como si aún tú fueras
la embarcación del viento,
la única
y pura
máquina
marina:
intacta navegando
las aguas de la muerte.

Poem Number 170 Summer in a Small Town

When the men leave me,
they leave me in a beautiful place.
It is always late summer.
When I think of them now,
I think of the place.
And being happy alone afterwards.
This time it’s Clinton, New York.
I swim in the public pool
at six when the other people
have gone home.
The sky is grey, the air hot.
I walk back across the mown lawn
loving the smell and the houses
so completely it leaves my heart empty.