segunda-feira, 26 de novembro de 2007

"Escrevo por entre missivas
Feitas de pensamento,
Ideias, palavras que já vivi, ecoam perdidas
Nas linhas tortas do meu passado
Sonhos fugazes, alimentam-me
A ânsia de fazer o que fiz.
De viver aquilo que um dia me deu prazer
De fantasiar com aquilo que já tive.
A tinta jorra de mim descontroladamente,
No papel confidente em que me escrevo.
Aparecem progressivamente
Borrões pretos, disformes...
Pedaços de uma vida inútil
Que eu julgava enterrada
Bem no fundo de mim...
Porque é que não desapareces?
Não sei!
Talvez porque não queiras...
De certa maneira repudio e abraço
Um outro eu...
Mas não sei que fazer para lavar
O meu passado de mim...
Foi-me profundamente tatuado na epiderme
É uma parte integrante do meu ser!
Sofro da Síndrome de dupla personalidade.
Até agora controlei-me, não foi?
O passado não se esquece dizes tu...
Nunca te vai largar... nunca!
Aquilo que fizeste
Não tem desculpa possível.
Pois não, penso...
Rapidamente percebi o que devia ser feito!
Vou matar aquilo que fui,
O meu outro eu...
Já está!!!
Bastou uma só bala...
Uma bala no meio da testa."

Ricardo Malafaia

2 comentários:

Telma* disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Telma* disse...

Olá Ricardo, obrigada pela visita ao meu "pseudoblog". Gostei deste texto embora tenha a sensação que pensas muito nas palavras.

Vou voltar para ver mais de perto.


Telma